O humanismo cristão deKarl Barth:uma teologia pública?

Jefferson Zeferino (PUCPR)

Rudolf von Sinner (PUCPR)

Resumo: Karl Barth é reconhecido como um dos mais relevantes teólogos do século XX, contribuindo com obras que impactaram o mundo teológico de seu tempo. Por meio de uma análise bibliográfica, o presente texto faz uma leitura de Barth como um clássico cristão que pode ajudar a pensar a condição humana hoje. Com base em critérios públicos de argumentação, elabora-se um exame de sua proposta de humanismo, considerando-a dentro de sua tradição reformada na relação com Calvino, na escuta atenta de pertinentes comentadores, bem como na análise de fontes primárias. A partir de aspectos de sua antropologia teológica, destaca-se um humanismo cristão que pensa o humano em sua co-humanidade e suas relações desde uma ética de gratuidade e responsabilidade. Neste sentido argumentamos que Barth pode ser compreendido como teólogo público.

Palavras-chave: Karl Barth, Teologia Pública, Humanismo Cristão, Co-humanidade, Ética da Graça.

Texto completo aqui.

Jefferson Zeferino, PUCPR: Doutor em Teologia. Professor Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná por meio do Programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD/CAPES).

Rudolf von Sinner, PUCPR: Doutor e Livre-Docente em Teologia. Professor do Programa de Pós-Graduação em Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

O sentido do sacrifício

Bianca Vicêncio Leis PUC-Campinas)

Glauco Barsalini (PUC-Campinas)

Resumo: Se Jesus Cristo é o Messias, a redenção ocorreu desde o evento da Paixão e, por isso, não se justifica, em toda a cristandade, a reprodução da violência mimética. Mas se, de fato, o cristianismo é libertador, porque o universo cristão persiste na violência, aliás, para muito além dos limites do próprio ritual sacrificial realizado em diversas sociedades não secularizadas? Qual é a razão da reafirmação dos estereótipos – e da criação de novos estereótipos – e, com isso, da disseminação do preconceito, ambiente no qual o sacrifício cede espaço para a vingança cada vez mais ampliada, que aflui para a generalização? Em linguagem teleológica, por que, apesar da salvação por Jesus Cristo, o mal permanece no mundo? O pensador francês René Girard traz luzes acerca desta temática. A partir de sua obra, e referenciado pelas questões aqui anunciadas, o presente artigo perscruta o esquema do bode expiatório e a interpretação girardiana acerca do mal associado à violência, bem como da salvação, vinculada ao evento histórico da morte de Cristo.

Palavras-chave: sacrifício, mal, salvação, violência, bode expiatório.

Texto completo aqui.

Bianca Vicêncio Leis, PUC-Campinas: Mestranda em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Contato: bianca.vccleis@hotmail.com

Glauco Barsalini, PUC-Campinas: Pós-Doutor em Teologia pela Loyola University Chicago, Doutor em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas e Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião e da Faculdade de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de Campina (PUC-Campinas). Contato: glaucobarsalini@gmail.com

A teopoética de T. S. Eliot

Carlos Ribeiro Caldas Filho
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da PUC Minas

RESUMO: A palavra teopoética tem sido usada para designar os diálogos possíveis entre a literatura e a reflexão teológica e/ou os estudos de religião. O presente artigo pretende apresentar um exercício de teopoética a partir da interpretação do poema The Journey of the Magi – “A viagem dos magos”, do poeta e crítico literário T. S. Eliot (1888-1965), um dos mais importantes poetas do século XX, contemplado com o Nobel de Literatura em 1948. Para tanto, o artigo apresentará em primeiro lugar breves notas biográficas de Eliot, seguidas de considerações gerais sobre o poema, com nossa proposta de tradução do mesmo, e ainda algumas considerações sobre a (im)possibilidade de traduzir poesia. Também serão apresentadas algumas observações sobre aspectos teológicos do poema, bem como considerações sobre a visão de Eliot do cristianismo. A hipótese defendida no artigo é que a viagem dos magos descrita por Eliot é uma metáfora de sua própria jornada de fé.

Palavras-chave: T. S. Eliot, Poesia, Tradução, Cristianismo, Fé.

Texto completo aqui.

Carlos Ribeiro Caldas Filho (PPGCR/PUCMinas): Doutor em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo, pós-doutor em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUCMG). Contato: crcaldas2009@hotmail.com

Laicidade, Direitos Humanos e Religião

Resumo: O artigo pretende apresentar um panorama de algumas das questões pendentes inscritas na laicidade e direitos humanos na agenda social brasileira contemporânea e suas relações com o cristianismo reacionário. Perguntamos sobre essas relações conturbadas e lançamos a seguinte hipótese: a ascensão do neoliberalismo econômico e do reacionarismo religioso cristão trouxe obstáculos à laicidade estatal e restrições dos direitos humanos. A partir de metodologia qualitativa, construímos um ensaio lastreado em seleção bibliográfica parcial sobre religião, laicidade e direitos humanos. Não pretendemos fazer revisão exaustiva de literatura, mas propor perspectivas para adensar o debate contemporâneo sobre as relações entre laicidade, direitos humanos e religião no Brasil contemporâneo. Por fim, é nossa intenção trazer para a discussão, autores pouco ou nada lidos nas ciências sociais da religião, como Negri, Hardt, Mouffe, Arendt, dentre outros, que podem enriquecer o fazer-saber fundante de sociedades democráticas, a laicidade e os direitos humanos.

Palavras-chave: laicidade e direitos humanos; cristianismo reacionário.

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Autores

Emerson Sena, UFJF. Doutor em Ciência da Religião, antropólogo. Professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, Departamento de Ciência da Religião, MG.

Wellington Silva, PUC Minas. Doutor em Ciência da Religião. Professor do Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião da PUC Minas.

Espiritualidade e o cuidado do(a) educador(a)

Resumo: O presente artigo tem por objetivo refletir a espiritualidade e o cuidado dos educadores e das educadoras, principalmente neste período de pandemia da COVID-19, que revelou a fragilidade humana, a desigualdade social e necessidade do cuidado de si, do outro e da natureza. Para tanto, busca colaborar, de forma teórica e prática, com o conhecimento e a vivência da espiritualidade e do cuidado no âmbito escolar. A partir do método ver, julgar e agir, contextualiza-se e demonstra o descuido com a vida; define os termos espiritualidade e cuidado; e apresenta o cultivo da Espiritualidade e do cuidado de quem educa por intermédio de um relato de experiência. Usamos como metodologia a pesquisa bibliográfica com um aporte reflexivo e crítico baseado no pensamento de Casaldáliga (1993); Boff (2013, 2014, 2020); Freire (1993, 2016); Noddings (2003); Mortari (2018); Santos, 2020; e Villas Boas (2017). Desse modo, é evidente que não é possível trabalhar tais conceitos separados, visto que estão na constituição humana e vinculados na construção de uma sociedade fundamentada na responsabilidade e no cuidado com o ser humano, os outros seres vivos e os não vivos.

Palavra-chave: Crise, Espiritualidade, Educadores, Cuidado.

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Autores

Lucas Henrique Pereira Duarte, PUCPR. Educador popular. Mestre em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) (2021). Formado em Filosofia pela Faculdade de São Bento de São Paulo (2017) e em Teologia pelo Instituto São Paulo de Estudos Superiores (2016). Membro do Grupo de Pesquisa Teologia Pública em Contexto Latino-Americano. Tem experiência em Estudos nas Humanidades, com ênfase em Teologia Sistemática, Pastoral e Política, com publicações sobre sistema carcerário em perspectiva abolicionista.

Rafael Furtado da Silva, PUCPR. Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Especialista em Neuropsicopedagogia Aplicada à Educação pela Faculdade Bagozzi. Especialista em Psicopedagogia com ênfase em Educação Especial pela Faculdade Itecne. Graduado e licenciado em Filosofia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Licenciado em Pedagogia pelo Centro Universitário Internacional (Uninter).

Jean Marcos Gregol Gwiazdecki. Bacharel em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Atua como coordenador de pastoral escolar em Curitiba-PR. 

A liberdade religiosa em pauta

Resumo: Diante da crescente relevância social das igrejas evangélicas e pentecostais tanto demográfica quanto politicamente, faz-se necessário observar sua atuação legislativa, onde a temática da liberdade religiosa mostra-se recorrente. Por meio de uma análise bibliográfica, analisa-se o PL 6238/2019 e sua árvore de projetos apensados, detectando uma ênfase na questão da liberdade de manifestação, expressão e discurso religiosos. Como resultado, questiona-se a pertinência jurídica dos projetos e sua possível ineficiência no que diz respeito ao tema que abarcam. Identificaram-se: (i) um certo receio de punição em relação às questões acerca da sexualidade, elemento explícito em algumas propostas e implícito em outras, como quando se utilizam de expressões que fazem referência a certos comportamentos sociais; (ii) o uso de uma linguagem teológica cristã; (iii) um pano de fundo teológico-político exclusivista-autoritário; (iv) pluralidade da origem dos proponentes tanto partidária quanto regional; (v) uma constância na filiação religiosa dos proponentes a grupos pentecostais.

Palavras-chave: PL 6238/2019, Liberdade Religiosa, Pentecostais.

Jefferson Zeferino, Programa de Pós-Graduação em Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná por meio do Programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD/CAPES). Doutor em Teologia. Professor Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná por meio do Programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD/CAPES).

Eduardo Soncini Miranda, UNICAMP Doutor em Ciência Política pela UFPR. Executa pesquisa de pós-doutorado em Educação na UNICAMP.

Texto completo aqui.