Imprensa católica e identidade ultramontana no Brasil do século XIX

Ana Rosa Cloclet da Silva

Resumo

O presente artigo analisa a experiência brasileira da secularização, observando o modo como, nas páginas da imprensa católica publicada na segunda metade do século XIX, o religioso e o secular se articularam de diferentes maneiras e se modelaram reciprocamente. Como argumento central, sustenta que a difusão das formas impressas, considerada uma das principais condições históricas associadas ao advento da modernidade ocidental, foi também responsável, no contexto analisado, pela veiculação dos referenciais associados ao catolicismo romanizado e a uma Igreja independente do regalismo imperial. Na sua defesa, clérigos e leigos de tendência ultramontana fizeram uso de diversos atores e instrumentos, dentre os quais a imprensa periódica. Desse modo, partindo do pressuposto teórico de que as identidades são portadoras de uma dimensão relacional e política, no âmbito da qual os conflitos sociais se traduzem em disputas discursivas, o artigo elege como fonte privilegiada o periódico O Apóstolo, semanário católico editado no Rio de Janeiro entre 1866 e 1891 e um dos principais porta-vozes dos ideais e projetos ultramontanos. Mediante a análise de seus conteúdos discursivos, espera-se identificar alguns dos seus principais sentidos de alteridade -associados aos supostos “erros da modernidade” -, bem como uma identificação positiva atrelada às diretrizes emanadas da Santa Sé.

Texto completo: Imprensa católica e identidade ultramontana no Brasil do século XIX: uma análise a partir do jornal O Apóstolo

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Teologia Pública

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