Rudolf von Sinner presta tributo a Vítor Westhelle

Rudolf von Sinner da PUCPR publicou o artigo Sinais dos Tempos e dos Lugares – um tributo a Vítor Westhelle no Dossiê que homenageia o “ex-professor da Faculdades EST e uma das vozes mais importantes da teologia luterana na América Latina”, na Revista Estudos Teológicos do Programa de Pós-Graduação em Teologia da Faculdades EST.

No mesmo volume, Glauco Barsalini e Mariana Pfister, da PUC-Campinas, publicaram Entre o Reino e Governo: uma experiência para além do direito positivo e da propriedade. Também, Alexandre Sugamosto e Carlos Caldas, da PUC-Minas, Terra-média na penumbra: a natureza teológica do mal em O Expurgo do condado. Confira abaixo os resumos das publicações e os link para os textos completos.

SINAIS DOS TEMPOS E DOS LUGARES – UM TRIBUTO A VÍTOR WESTHELLE

Rudolf von Sinner

RESUMO

Do seu jeito bem particular de uma releitura criativa e contextual de tradições teológicas, Vítor Westhelle (1952-2018) redirecionou a escatologia, geralmente restrita a uma percepção de tempo e eternidade, rumo a uma compreensão espacial do eschaton. Nos anos 1980, Westhelle adquiriu experiência como pastor em âmbito rural e como coordenador da Comissão Pastoral da Terra na região. Tal experiência fez com que realizasse que a luta pela terra “não é apenas uma luta particular para a transformação social, não é apenas uma estratégia dentro de um projeto histórico (sociedade socialista, Reino etc.) […] é a libertação do espaço na forma de lugares em que se pertence”. Sua subsequente aula inaugural na então Faculdade de Teologia em São Leopoldo foi proferida sob o título programático de “Sinais dos lugares – as dimensões esquecidas” (1989). Dentro do movimento da teologia da libertação e intuindo a necessidade e futura emergência de uma perspectiva pós e decolonial, Westhelle postula que a “região molda a religião”. Mais de vinte anos depois, publicou o livro sobre Escatology and Space – The Lost Dimension in Theology Past and Present (2012), num estado maduro daquela refl exão inicial, agora explicitamente numa perspectiva pós e decolonial e consciente do giro espacial, propondo uma “escatologia latitudinal”, que não tem apenas uma dimensão kairótica, mas também chorática. Concluindo este ensaio bibliográfico, argumento que uma teologia pública, localizando-se no espaço e no tempo, pode aprender muito de tal escatologia latitudinal, sensível ao lugar e ao contexto ao situar pessoas e instituições de fé dentro da sociedade.

Texto completo aqui.

ENTRE O REINO E GOVERNO: UMA EXISTÊNCIA PARA ALÉM DO DIREITO POSITIVO E DA PROPRIEDADE

Glauco Barsalini, Mariana Pfister

RESUMO

No âmbito do método genealógico, este artigo investiga o poder soberano moderno, bem como o estado de exceção que o constitui. Aponta para uma reflexão acerca das possibilidades de uma existência fora da esfera da propriedade e do direito positivo, a partir da compreensão sobre o uso e da ideia de forma-de-vida. Articulando conceitos próprios à teologia e à filosofia, com direta repercussão nos estudos sobre a teologia política e sobre a teologia econômica, apresenta, em um primeiro plano, as teses do pensador contemporâneo Giorgio Agamben referentes à tensão e, ao mesmo tempo, à complementariedade entre os conceitos de autoridade (auctoritas) e de poder (potestas), glória e glorificação, no que ele denomina por máquina governamental. Na sequência, debate a perspectiva agambeniana de desmontagem dos dispositivos atuais de governo no caminho da inoperosidade, ou da forma-de-vida, pelo que se revela a não necessidade da propriedade.

Texto completo aqui. Poder soberano. Glória. Glorifi cação. Uso. Forma-de-vida.

TERRA-MÉDIA NA PENUMBRA: A NATUREZA TEOLÓGICA DO MAL EM O EXPURGO DO CONDADO

Alexandre Sugamosto e Silva, Carlos R. Caldas Filho

RESUMO

Expurgo do Condado é o oitavo e penúltimo capítulo de O Retorno do Rei e, consequentemente, da trilogia O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien. Entre os fãs e críticos, no entanto, o capítulo é considerado uma incógnita e até mesmo um anticlímax. A adaptação cinematográfica da obra, por exemplo, optou por não filmar o capítulo, porque ele aparentemente quebraria o arco narrativo e o triunfo vitorioso dos hobbits na volta ao lar. Neste artigo, entretanto, trabalharemos com a hipótese de que O Expurgo do Condado exerce um duplo papel sumamente importante na trilogia como um tanto, pois ocupa um espaço fundamental na composição literária de O Senhor dos Anéis quanto parece explicitar a visão que J. R. R. Tolkien tinha acerca da natureza do mal.

Texto completo aqui.

Publicado por

Teologia Pública

Somos um grupo de pesquisa dedicado a investigações no âmbito da Teologia Pública pensada a partir da América Latina, como contexto que provoca a reflexão teológica, em conexão com distintos espaços/públicos: 1) cultura, universidade, ciências; 2) sociedade, política, movimentos sociais; 3) igrejas, comunidades de fé, religiões.

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