A religião se consolidou categoria importante para a avaliação do campo político no Brasil, tornando-se relevante o acesso a este fenômeno pelas distintas miradas oriundas dos estudos da religião, a teologia inclusa. Nesse sentido, por meio de análise bibliográfica, o presente texto objetiva demonstrar a pertinência da correlação entre teologia política e teologia pública na análise sócio-política. O que se desdobra em duas partes: a primeira apresenta a tipologia de teologias políticas proposta por Boaventura de Sousa Santos; a segunda avalia textos mapeados entre os estudos em teologia pública e correlatos que revelam continuidades na identificação de posturas totalizantes ligadas à religião no espaço público. Reconhece-se o mérito do trabalho conceitual de Santos ao identificar a tensão entre modelos teológicos de apoio a poderes hegemônico-coloniais e modelos teológicos de crítica que expressam o que pode ser considerado como profético – dinâmica que se move entre a denúncia das injustiças e o anúncio da esperança de uma vida melhor para as pessoas e populações historicamente inferiorizadas. Do mesmo modo, a teologia pública aqui proposta conjuga um momento crítico-analítico para o qual a teologia política se mostra importante parceira, nesse passo metodológico se detectam os discursos teológicos no espaço público e suas pretensões de sentido e verdade; e um momento crítico-propositivo que assume uma dupla tarefa de reação teológica às narrativas totalizante-exclusivistas, bem como de resgate e imaginação teológica de narrativas outras.
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